terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Retrato do Professor enquanto Artista


Aos Professores comigo na vida,

Feliz Dia do Professor!

            A docência é uma arte por diferentes motivos; o professor é um artista enquanto interpreta uma ideia, um texto, ou um conceito, o é também na sua fala, na palavra que elabora a cada aula; mas o professor é um artista por possuir uma percepção acima da média acerca de algo no mundo.

            O professor quando no seu palco cotidiano, na sala de aula ou em um auditório, está constantemente interpretando uma ideia, é uma postura corporal apropriada, uma entonação de voz, uma expressão facial específica para eliciar nos seus uma emoção ou sentimento correto para o momento, provocar uma emoção de espanto, alegria e até mesmo tristeza, dependendo da necessidade e conteúdo a ser discutido.

            O professor é um artista na sua fala, pois existe a busca incansável pelo texto perfeito, pelo conceito bem exposto, a estética da linguagem, cada dia promovendo leitura e escrita novas. No livro “O texto, ou: a vida – Uma trajetória literária”, Moacyr Scliar (que muito gostava de lecionar, de palestrar, que sempre esteve presente nas escolas, em obra e homem) fala da necessidade de escrever. O Professor, a necessidade de falar. Falar acerca de algo estudado, planejado, também escrito, mas assim como o texto, depois que a fala foi lançada não é mais tua. É da palavra que tudo nasce: “no princípio fez-se o verbo”. Sugiro que a primeira profissão foi a de professor, já que aprender é inerente à própria vida.

            Por fim, o professor é um artista, pois a partir da sua percepção acima da média oferece a beleza que o outro espera. Então, o artista agora professor começa a sua obra em um tom menor, calmamente, aumenta o tom, atinge um ápice de tom maior, aquele de arrepiar, depois desce lentamente, e gera no outro o desejo de mais um tom maior, mais um êxtase, que é sempre surpreendente e novo e no qual se expressa a percepção tão esperada. Mas cada um com seu tom, seu compasso, sua velocidade, diferentes formatos de oferecer o tom maior. A palavra nova e criativa a cada aula.

            Há de se jogar libido em tudo que desejarmos realizar, há de se ter necessariamente uma obra para ser professor. Nós, Professores, somos estes poços de individualidade e ego necessários a um artista e nos fragmentamos e colhemos uns aos outros cotidianamente. A energia nos exige, por força da profissão, estarmos muito na função onda, nos lançando no mundo de forma particular e subjetiva, somos imanências e vida!

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